Castlevania: Lords of Shadow - Análise

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fabricante: MercurySteam e Kojima Productions
Distribuidora: Konami
Gênero: Ação, Aventura
Interação Online: Não
Lançamento:
EUA: 05/10/2010
Europa: 07/10/2012
Japão: 16/12/2010

Plataformas: Playstation 3, Xbox 360
Número de Jogadores: 1 (um)
Definição HD: 720p
Troféus: Sim
DLC: Sim

Trailer Oficial
"Dark times need a dark hero"

   Lembro-me do dia em que baixei da demo do Castlevania: Lords of Shadow na Playstation Store, ainda meio receoso pelo resultado, já que minhas experiências antigas com versões em 3D da franquia Castlevania não haviam sido das melhores. Mas mesmo assim, a demo é grátis, e como "em cavalo dado não se olha os dentes", não via motivo algum para não baixar e ao menos dar uma chance ao jogo de me convencer a adquiri-lo.
   Como diria o eterno Capitão Nascimento: "Missão dada é missão cumprida", com o Castlevania: LoS foi basicamente isso: "Chance dada e jogo comprado" (foi um trocadilho péssimo). Aliás, minha expectativa foi mais do que cumprida, já que o jogo é simplesmente fantástico, do início ao fim.


   O jogo soa como um recomeço, um renascimento da série, uma história que não possui nenhuma ligação com qualquer outro jogo da franquia (por assim dizer). Desenvolvido pela empresa espanhola MercurySteam, o jogo não segue a mesma linha dos jogos lançados depois do clássico Castlevania: Symphony of the Night, já que não possui um castelo enorme para ser explorado cheio de salas secretas e passagens ocultas nos lugares mais inimagináveis. Castlevania LoS se passa nos mais variados ambientes, desde florestas, castelos, vales, passando até mesmo por uma gigante cemitério de Titãs.
   O enredo do jogo acontece no século XI, e acompanha a saga de Gabriel Belmont, um dos membros da Irmandade da Luz, uma espécie de seita (tipo a Maçonaria), que foi fundada com o intuito de ajudar a humanidade e enfrentar criaturas sobrenaturais, que estão à solta pelo mundo nessa época de trevas (Como dito, parecido com a Maçonaria).


   Diz a lenda que a ligação entre o céu e a terra havia sido quebrada por três entidades conhecidas apenas como Lords of Shadow, devido à isso, as almas de todos os seres mortos ficam presas entre o céu e a terra sem muito o que fazer além de assombrar a raça humana. A esposa de Gabriel, Marie, foi assassinada, e devido à esse feitiço, está presa no Limbo, e instrui Gabriel durante sua jornada, com o intuito de acabar com as forças das trevas.
   Esse é o esqueleto da história, que, durante o decorrer do jogo sofre várias revira-voltas que certamente surpreenderão o jogador.(Já que revira-voltas são feitas para isso)
   Durante o jogo, vários personagens além de Gabriel e Marie aparecem na história, e para que se fique mais claro de entender, falemos um pouco de cada um deles:

Gabriel
Um jovem e astuto guerreiro da Irmandade da Luz, extremamente ágil e inteligente, é o principal personagem da história.

Marie
Marie é a amada esposa de Gabriel. Ela foi brutalmente assassinada pelas malignas forças das trevas e sua alma ficou presa por toda eternidade no Limbo.

Zobek
Zobek é um misterioso espadachim que usa uma uniforme um tanto quanto antiquado da Irmandade da Luz, também é o mentor de Gabriel e o acompanha em grande parte do enredo.

Claudia
Uma misteriosa mulher que possui um Golem de estimação (tempos difíceis), sabe também utilizar a energia do cristal e controlar alguns efeitos mágicos.

Pan
Um ser místico que vive nas antigas florestas e que possui a habilidade de se comunicar com todos os espíritos existentes entre os planos.

  O jogo é dividido em doze capítulos, e cada um desses capítulos é dividido em fases, alguns com mais fases, outro com menos. Ao inicio de cada fase podemos contar com um texto explicativo narrado por Zobek (voz original de Sir Patrick Stuart), que passa um feeling muito grande ao jogador e o imerge ainda mais dentro da atmosfera épica do jogo.
   Já em termos de jogabilidade, o game lembra bastante títulos como God of War e Onimusha, onde os principais objetivos são o combate e a solução de puzzles. Gabriel usa uma única arma principal, que nada mais é do que um crucifixo no qual é embutido um chicote metálico retrátil que possui ataques fortes e fracos que podem ser combinados em vários combos que são adquiridos durante o jogo. Fora isso, Gabriel também possui algumas armas secundárias, como adagas e água benta, que são adquiridas ao quebrar algumas partes do cenário. Nosso protagonista também conta com dois braceletes, um com o poder Light e o outro com o poder Dark, que possem efeitos diferentes, dependendo da maneira com que são usados. O uso desses poderes demandam energia, que é consumível e pode ser recuperada absorvendo as orbs deixadas pelos inimigos.


    Ambos os poderes possuem barras de energia particulares, e o jogador é quem decide qual deles vai restaurar quando consegue algumas orbs. Segurando-se o botão L3 o poder Light é restaurado, já com R3, restaura-se o poder Dark.
   Quando ativado o poder Light, a cada hit que Gabriel dá no inimigo, uma pequena porcentagem de sua energia vital á recuperada, já quando se ativa o poder Dark, os ataques do protagonista atingem níveis de destruição muito maiores.
   Além disso, os poderes Light e Dark também podem influenciar nas armas secundárias, por exemplo: Se a adaga for lançada com o poder Dark ativado, ela sairá com uma espécie de fogo em volta, e seu dano será maior. Já se a água benta for usada quando o poder Light estiver ativado, aparecerá uma espécie de campo de força temporário.


   O modo de combate possui também um mecanismo chamado Focus. Quanto mais ataques certeiros Gabriel fizer, mais esquivas e contra-ataques bem sucedidas, mais o Focus aumenta. Quando o Focus atinge seu auge, os inimigos deixam orbs a cada ataque de Gabriel, e não apenas quando morrem, o que é o padrão do jogo.
   O botão de ação usado é o R2. O jogador pode interagir com todos os objetos que possuam um "leve" brilho, diferenciando-os dos demais itens do cenário, porém, a ação só é realmente feita se Gabriel estiver na posição adequadamente exata, seja para puxar uma alavanca ou apertar um botão, o que às vezes é irritante, mas não ao nível de prejudicar o gameplay.
   Com o decorrer do jogo, vários combos e ataques especiais podem ser adquiridos. Não é um número absurdo de combos como em Bayonetta, mas existe uma gama bem ampla de ataques que podem ser desferidos. Além de que, com o passar do enredo, Gabriel adquiri algumas relíquias, cada uma com seu efeito em particular, e essas relíquias também são implementadas em alguns combos.
   Uma das grandes reclamações desse título é a linearidade das fases. Poucas sãs as fases que oferecem ao jogador mais do que uma opção de caminho, e mesmo nas que oferecem, o quesito "exploração" ainda é meio fraco, nada comparado aos títulos clássicos da franquia. O jogo conta com cerca de 20 horas de gameplay, um número arbitrário, porém surpreendentemente positivo, já que a maioria dos jogos do gênero beiram as 10~12 horas.


   Os gráficos, como os leitores já devem ter notado nas screens e no trailer, são simplesmente fantásticos. Podem até parecer meio tímidos no inicio da jornada, porém, com o passar dos capítulos, nota-se a qualidade impecável com o qual a parte gráfica foi implantada, com certeza merecedora de aplausos.
   Os cenários remetem á uma realidade fantástica puxada para uma temática negra e macabra, repletos de detalhes e itens destrutíveis, com certeza esbanjam beleza.
   Os detalhes são infinitos e podem estar em todos os cantos, desde pássaros voando no céu (onde mais voariam ?) à ratos e insetos que vivem circulando pelo chão e paredes.
   Os personagens também possuem uma qualidade de trabalho incrível, cheio de expressões faciais nítidas e convincentes, roupas e acessórios detalhados. Até mesmo o cabelo, que geralmente é o "gargalo" da qualidade gráfica chega a impressionar. Infelizmente, com o decorrer do jogo, pode-se notar que Marie possui uma qualidade gráfica levemente inferior aos demais personagens, dando a impressão de que ela foi feita meio que na correria do lançamento do jogo e não recebeu toda a atenção merecida, não chega a ser algo que comprometa a qualidade do jogo, mas é algo bem notável.


   A câmera do jogo é fixa e não pode em hipótese alguma ser controlada. Isso é bom, mas também não é. A parte boa é que fica mais difícil o jogador se perder nos cenários, já que a câmera é estática, é fácil saber se o você "já passou por aqui antes" (bom para jogadores que jogam video game fora de seu juízo perfeito). Já a parte ruim fica por conta dos combates, já que às vezes os inimigos ficam fora do campo de visão do jogador, o que dificulta muito, já que não é possível ver onde o inimigo está ou o que está fazendo.
   Os chefes são obras de arte. Alguns deles são monumentais, às vezes centenas de vezes maiores do que o protagonista, já outros são de tamanho normal, mas cada um possui seu encanto (sim, foi uma maneira meio afeminada de falar).


   A parte sonora do jogo é simplesmente impecável. As músicas de fundo sempre se encaixam perfeitamente com as condições apresentadas no jogo, e, na minha opinião, em parte alguma do enredo se torna enjoativa. Efeitos sonoros, como os de pulo, dano, queda, pedaços do cenário sendo quebrados são transmitidos de maneira precisa, entoando ainda mais realidade ao jogo.
   A dublagem também merece elogios, algumas vezes está meio fora de sincronia com o gráfico, mas nada que seja relevante. Um dos trabalhos de dublagem mais profissionais que eu presenciei até a data de publicação dessa análise.


   Outra coisa importante de salientar é o fator replay do jogo. Assim que o jogador termina a história pela primeira vez, uma nova dificuldade é destravada, a dificuldade Paladin, que com certeza é um grande desafio ao jogador.
   Além disso, o jogo possui também os colecionáveis, que são cristais que aumentam as barras de energia, tanto de energia vital, como das energias Dark e Light, que são espalhados pelos cantos das fases, junto a alguns defuntos. Além de centenas de artworks do jogo que podem ser desbloqueados com o passar dos capítulos.
   Outro fator interessante para ser explorado são os trials. Cada fase possui um trial, que é revelado após o término da mesma. Os trials são missões paralelas, que demandam agilidade e técnica do jogador. Podem ser diversos tipos de missão, seja terminar a fase em um determinado tempo, ou mesmo terminar sem tomar dano, possui também missões específicas como matar um número exato de algum tipo de inimigo, ou terminar um puzzle com uma quantidade limitada de tentativas. Os trials não modificam em nada o final do game (que é absolutamente épico, diga-se de passagem), porém, são necessários se o jogador busca a platina.


   Mesmo que os fãs mais radicais da franquia aleguem que Lords of Shadow não é um Castlevania legítimo, o próprio jogo pode provar o contrário (e a Konami também), já que apresenta uma história envolvente e macabra (e já que o jogo é dela), e com um desfecho simplesmente incrível, que deixará todos os fãs de Castlevania arrepiados. Não sejam preconceituosos, e joguem o jogo antes de falarem que ele é ruim, já que, acreditem, ele não é.
   Eu particularmente indico para todos os fãs de jogos ao estilo God of War, assim como todos os fãs da série vampírica mais conhecida dos video games. Uma obra prima que merece seu devido reconhecimento e que vem até hoje surpreendendo todos os que deram uma chance ao jogo, então, não perca tempo e embarque nessa aventura com Gabriel Belmont e todos os seres místicos e demoníacos de um mundo em tempos difíceis.

Pan e Gabriel


Tela de início de capítulo



RESUMO

Prós:

-Gameplay de longa duração
-Gráficos exuberantes
-Sonoplastia impecável
-Diversos colecionáveis
-Final épico

Contras:

-Alguns bugs na interação com objetos
-Sprite da personagem Marie levemente inferior às demais
-Eu poderia colocar um spoiler do final aqui, mas seria muita maldade

GAMEPLAY DE 12 MINUTOS

SPOILER - FINAL - SPOILER


1 comentários:

  1. eu joguei e achei muito bom pena q poderia ter algumas armas primarias alem da cruz

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